Homeopatia

 

O que é?

É uma abordagem médica.

A Homeopatia é uma medicina complementar/alternativa reconhecida pela Organização Mundial de Saúde. Encontra-se globalmente difundida, com particular importância em alguns países, como por exemplo a Alemanha, França, Holanda, Reino Unido, Suíça e Itália (1, 2).

Historicamente é atribuída a Hipócrates (462-377 AC) a sua primeira referência. No entanto é com o médico Alemão Samuel Hahnemann (1755-1843) que esta abordagem médica define os seus princípios fundamentais: a lei da similitude, a lei da direção de cura, o princípio do tratamento com uma só substância (unicista), a teoria da dose mínima diluída e a teoria da doença crónica (1).

A Homeopatia que segue os princípios propostos por Samuel Hahnemann é conhecida por Homeopatia Clássica.

 

Como Atua?

A Homeopatia (do Grego Hómoios: semelhante e Páthos: doença) é uma abordagem holística do doente, que apresenta como fundamento de ação terapêutica o princípio da similitude (similia similibus curentur), ou seja, o “semelhante curar-se com o semelhante” (2, 3). Assim, aos doentes são administradas substâncias diluídas e dinamizadas, sendo que a sua escolha baseia-se na semelhança dos sinais e sintomas apresentados por indivíduos saudáveis quando sob o efeito destas substâncias sem diluição (2).

Exemplo: a Nux vómica sem diluição se administrada a indivíduos saudáveis causa vómito, no entanto, quando diluída e dinamizada a 9CH permite tratar o vómito.

O que são os medicamentos Homeopáticos?

Os medicamentos homeopáticos são produzidos a partir de substâncias de origem mineral, vegetal ou animal, cujas tinturas mãe são sucessivamente diluídas e dinamizadas, até à diluição desejada (2).

A Homeopatia Clássica aplica exclusivamente medicamentos homeopáticos simples ou unitários, preparados de acordo com a Farmacopeia Homeopática (3) (ex: Arnica 9CH; Calendula 9CH).

Mecanismos de Ação

O mecanismo de ação dos medicamentos homeopáticos ainda não está cientificamente demonstrado.

Algumas teorias propõem explicações para este mecanismo, tal como a teoria da “Memória da água”, no entanto até à data e à luz do conhecimento científico disponível nenhuma se encontra demonstrada.

Os avanços do conhecimento científico são aguardados com espectativa, pois espera-se que estes venham a contribuir para a identificação do mecanismo de ação dos medicamentos homeopáticos.

Apenas um exemplo para demonstrar a dependência do avanço do conhecimento científico. A identificação do mecanismo de ação da acupuntura só ocorreu quando surgiram conhecimentos de neurologia que permitiram a sua explicação, nomeadamente a identificação de diferentes tipos de fibras nervosas, de vários neurotransmissores e da forma como estes interagem.

Indicações Terapêuticas

Tal como a Medicina Convencional, a Homeopatia e a Homotoxicologia dispõem de medicamentos, que têm indicações terapêuticas especificas de acordo com a(s) patologia(s), sinais e sintomas do doente.

Apesar de apresentarem algumas características intrínsecas diferentes, a Homeopatia e a Homotoxicologia têm as mesmas indicações terapêuticas da Medicina Convencional.

Aplicam-se em inúmeras situações clínicas, das quais se destacam alguns exemplos de algumas patologias mais frequentes (5):

1. Patologia digestiva (ex.: vómito, diarreia, cólica);
2. Patologia respiratória (ex.: coriza, tosse, RAO/COPD);
3. Patologia cardíaca (ex.: insuficiência cardíaca congestiva);
4. Patologia urinária (ex.: insuficiência renal crónica, urolitíase, cistite recorrente);
5. Patologia de pele (ex.: dermatite, seborreia crónica);
6. Patologia musculoesquelética (ex.: doença degenerativa articular, tratamento complementar de fraturas ósseas);
7. Controlo de quadros de dor, particularmente no caso da dor crónica;
8. Patologia reprodutiva (ex.: tratamento complementar de piómetra);
9. Patologia neurológica (ex.: tratamento complementar de patologia medular compressiva por hérnia discal);
10. Distúrbios do comportamento (ex.: tratamento complementar da ansiedade e da agressividade);
11. Tratamento complementar de neoplasias (tumores);
12. Estimulação do sistema imunitário;
13. Tratamento alternativo de grupos de risco para os efeitos secundários dos fármacos (ex.: dor de origem musculoesquelética num animal com contraindicações para a administração de anti-inflamatórios não esteroides);
14. Terapia complementar com o objetivo de contribuir para a redução ou suspensão de uma medicação (ex.: analgésicos; anti-inflamatórios esteroides; anti-eméticos; anti-diarreicos).

 

Protocolo Terapêutico

O protocolo terapêutico é estabelecido de acordo com as características do paciente animal (Terreno), da sua patologia, e dos sinais e sintomas apresentados.

O protocolo terapêutico inclui o(s) medicamento(s) de Homeopatia e/ou de Homotoxicologia escolhidos de acordo com os princípios da Homeopatia e da Homotoxicologia, e administrados de acordo com as suas indicações terapêuticas.

O protocolo ajusta-se de acordo com a evolução clínica do animal, pois depende da sua resposta à terapêutica.

A evolução do caso clínico é preferencialmente avaliada pelo veterinário responsável pelo caso clínico.

Referências bibliográficas

1. World Health Organization. Legal Status of Traditional Medicine and Complementary/Alternative Medicine:       A Worldwide Review; 2001.
2. World Health Organization. Safety Issues In The Preparation Of Homeopathic Medicines; 2009.
3. Heel BH. Ordinatio Antihomotoxica et Materia Medica: Heel; 2003.
4. Reckeweg H-H. Materia Medica Homeopathia Antihomotoxica. 4th ed: Aurelia; 2002.
5. Heel BH. Veterinary Guide. 5th ed. Baden-Baden: Heel; 2008.